domingo, 17 de julho de 2016

A (des)construção do eterno feminino nas personagens Gina e Hermione em Harry Potter e a Ordem da fênix

Partindo do princípio da evolução da humanidade, nos detemos ao fato de que o homem tem sido “responsável” pela maior parte dos feitos ao longo dos tempos. O indivíduo do sexo masculino era (e ainda o é) descrito como o ser de maior força, de maior capacidade e de maior inteligência. Enquanto isso, a mulher era idealizada como um ser angelical, de candura e de benevolência. A evolução da sociedade patriarcal via (ainda vê) a mulher como objeto e não como sujeito. Baseado nessa premissa, Beauvoir afirma que (1970):
(...) a mulher sempre foi, senão a escrava do homem aos menos sua vassala; os dois sexos nunca partilharam o mundo em igualdade de condições; e ainda hoje, embora sua condição esteja evoluindo, a mulher arca com um pesado handicap. Em quase nenhum país, seu estatuto legal é idêntico ao do homem e muitas vezes este último a prejudica consideravelmente (...). (BEAUVOIR, 1970, p. 14).


Nesse sentido, não é difícil entender que o desenvolvimento da crítica feminista tenha se dado, mais precisamente, na segunda metade do século XX. Isso se deve ao fato de que a mulher era proibida de pensar; de agir intelectualmente, visto que sua única preocupação deveria estar relacionada ao lar e, principalmente, à submissão ao homem. Na Literatura, a voz feminina foi silenciada por muito tempo: em meados do século XIX, por exemplo, as obras de escritoras eram publicadas pelo uso de pseudônimos masculinos para não serem discriminadas.

PS: trecho do meu projeto de pesquisa para o mestrado em Literatura.
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