Partindo do princípio da evolução da humanidade, nos
detemos ao fato de que o homem tem sido “responsável” pela maior parte dos
feitos ao longo dos tempos. O indivíduo do sexo masculino era (e ainda o é)
descrito como o ser de maior força, de maior capacidade e de maior
inteligência. Enquanto isso, a mulher era idealizada como um ser angelical, de
candura e de benevolência. A evolução da sociedade patriarcal via (ainda vê) a
mulher como objeto e não como sujeito. Baseado nessa premissa, Beauvoir afirma
que (1970):
(...) a mulher sempre foi, senão
a escrava do homem aos menos sua vassala; os dois sexos nunca partilharam o
mundo em igualdade de condições; e ainda hoje, embora sua condição esteja
evoluindo, a mulher arca com um pesado handicap.
Em quase nenhum país, seu estatuto legal é idêntico ao do homem e muitas vezes
este último a prejudica consideravelmente (...). (BEAUVOIR, 1970, p. 14).
Nesse sentido, não é difícil entender que o
desenvolvimento da crítica feminista tenha se dado, mais precisamente, na
segunda metade do século XX. Isso se deve ao fato de que a mulher era proibida
de pensar; de agir intelectualmente, visto que sua única preocupação deveria
estar relacionada ao lar e, principalmente, à submissão ao homem. Na
Literatura, a voz feminina foi silenciada por muito tempo: em meados do século
XIX, por exemplo, as obras de escritoras eram publicadas pelo uso de pseudônimos
masculinos para não serem discriminadas.
PS: trecho do meu projeto de pesquisa para o mestrado em Literatura.